Aspecto Psicológico do Envelhecimento – Bem Estar Convivência Sênior – Pindamonhangaba-SP Skip to main content

Por: Giselle Abud – Psicóloga

O envelhecimento revela inúmeras transformações sejam elas físicas, emocionais e na vida social.
No corpo físico vemos claramente estas mudanças acontecerem e em termos neurológicos existe uma diminuição das conexões neurais, o que implica em alterações nas respostas do idoso, ou seja, no tempo de reação a um estímulo, alterações de raciocínio, agilidade e locomoção.
Psicologicamente, vemos também mudanças no funcionamento psíquico: existe uma tendência a desinteressar-se pelas coisas e pelos outros, com atitude de isolamento, dificuldade em lidar com frustração, diminuição da libido, comportamentos obsessivos ou compulsivos e atitude de recusa diante de das coisas. Esta é uma fase da vida em que o idoso se aproxima da sua real sensação de finitude. Lidar com a angústia desta fase, vai depender do grau de maturidade e de como o idoso lidou com as perdas ao longo da vida, bem como com as crenças e valores construídos em sua trajetória.
Com o envelhecimento, existe uma perda da identidade corporal. Há uma modificação na auto-imagem e na auto-estima. O corpo, muitas vezes deixa de ser fonte de prazer e passa ser percebido pela dor e pelas limitações. Quadros de depressão, ansiedade e quadros demenciais associados são comuns, quando o idoso não conseguiu uma nova subjetividade, ou seja, uma nova organização psicológica acerca de si, ligado a possibilidade de encontrar satisfação em viver, apesar das perdas e das limitações enfrentadas. Contudo, a senilidade psíquica depende também de mecanismos psicológicos organizadores. Sendo assim, consideramos ser de fundamental importância que o idoso tenha nesta etapa da vida, um apoio emocional, com acompanhamento psicológico e multiprofissional, de modo a minimizar e ressignificar tais mudanças, possibilitando melhor qualidade de vida, aumentando seu grau de autonomia em atividades de vida diária; estimulação cognitiva, com intuito de preservar áreas neurológicas saudáveis, estimulação sensorial (no resgate da percepção de estímulos táteis, auditivos, olfativos, visuais e gustativo) e ajuda-lo descobrir potencialidades a serem desenvolvidas e um sentido para a vida. A medida que o idoso se sente acolhido, cuidado integralmente, tanto nos aspectos físico, de higiene, na saúde, na alimentação, no emocional, mental e espiritual, consequentemente, sua auto-estima e sensação de prazer são transformados. O trabalho psicológico abre portas, a partir da aceitação do idoso, para os outros tratamentos, para o uso de medicações, quando necessário; para uma disponibilidade para realização de atividades no campo físico e cognitivo. Possibilita também, uma via de expressão, seja verbalmente ou através de desenhos e pinturas, falar sobre as emoções, resgatar lembranças de momentos da vida, de pessoas, lugares resgatando a própria estória. A saúde psíquica precisa destes modos de expressão, na preservação da individualidade do idoso, no auto-conhecimento e no alívio de tensões e angústias. Deste modo, o atendimento psicológico pode contribuir muito neste cuidado do emocional e no incentivo e valorização no tratamento de outros campos de ação.

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